Ligar

Empresas, Pessoas, Telemóveis, Computadores, o Mundo em Rede
Reinaldo Ferreira
Setembro de 2007

Ligar Ligar é uma palavra que ganhou um novo significado. A Internet existe e é provável que venha a ser considerada a causa da maior transformação mundial de sempre. A última década do século XX e a primeira do século XXI talvez venham mesmo a chamar-se a Era da Internet.

Empresas de todo o mundo experimentam novas formas de trabalho e definem as novas regras de competitividade global. Os processos de trabalho baseados na distância física entre locais deram lugar a novas metodologias mais focadas no resultado. As pessoas viajam menos por necessidade e mais por prazer. A disponibilidade de qualquer produto, em qualquer lugar do mundo, é total.

Mas se esta mensagem parece positiva, tal como uma moeda, ela tem duas faces. Simultaneamente, as empresas que ainda não começaram este processo de transformação estão a degradar rapidamente o seu desempenho, comparado às suas concorrentes.

Os seus processos de trabalho reflectem experiência e carecem de inovação. Os seus gestores sentem segurança em relação ao passado e angústia perante a imprevisibilidade do futuro, o que os impede de agir rápida e eficazmente.

A Internet é acessível, segura e útil. Acessível porque o baixo investimento necessário para a tornar a base da modernização da empresa torna-a, provavelmente, no investimento mais rentável e seguro que pode ser feito actualmente. Segura porque existem tecnologias que apoiam os indivíduos devidamente treinados em utilizá-la de forma responsável e eficaz. Útil porque todas as empresas têm um número quase ilimitado de opções de aplicação ao seu negócio.

Problema

Começar por dizer que a Internet é um meio de comunicação talvez reduza a sua importância, pois, historicamente, nenhum meio de comunicação ofereceu condições de acesso tão excepcionais. Concretamente, é suficiente referir que o correio electrónico representa a jóia da coroa, uma razão suficiente para justificar o esforço de qualquer Empresa em estar ligada. Mas, de seguida, todo o embalo vai por água abaixo quando se decide o passo seguinte: “uma página na net”. Pessoalmente, chamo-lhe o “chouriço electrónico”, pois sendo já um filho da industrialização, vejo com alguma ternura o antigo hábito de criar uns animais, matá-los, secar-lhe as tripas, cortar-lhes a carne aos pedaços para as encher e deixá-las penduradas durante dias a fio.

É assim que (ainda) se fazem chouriços. E é assim que a maioria das empresas decide ter uma página: tem por lá uns produtos, sacrificam-se uns folhetos, recortam-se umas fotos e uns dizeres, “et voilá”, “fez-se um Site”. Um pormenor: não se pode cortar às rodelas, mas pode-se animar colocando umas imagens aos saltos ou uns efeitos coloridos, mais ou menos psicadélicos. Ironias à parte, pois seria muito fácil escrever vários parágrafos sobre o que de muito mau se faz por aí, a pergunta que se coloca é para que serve um Site?

Solução

Ligar uma empresa é, na verdade, muito mais que fornecer ligação a uma empresa.

Essa será a primeira tarefa, ter ligação para estar ligado, ligar todos os locais onde a empresa faz negócio (Checkpoint 1).

Mas também utilizar o correio electrónico, que parece muito fácil. Mas será que todas (t-o-d-a-s) as comunicações que podem ser feitas por e-mail são de facto feitas por e-mail? Ou aqui e acolá uma impressão em papel, um fax ou mesmo uma carta fazem melhor efeito? (Checkpoint 2).

De seguida, chegamos ao ponto de saber onde está a empresa localizada na Internet. A empresa possui um endereço intuitivo? Esse endereço está devidamente “alojado” para responder à eventual visita dos seus Clientes? Está a mostrar esse endereço em todas as oportunidades, desde as facturas aos anúncios? (Checkpoint 3).

Finalmente, chegamos ao Web Site. Talvez queira fazer um Web Site para concorrer a um determinado prémio ou para outro fim específico que não me ocorra de momento. Mas se o seu Web Site é feito com a perspectiva de apoiar o seu negócio, certifique-se que sabe o que os seus clientes e parceiros esperam de si. Se não os satisfizer, talvez um concorrente seu o faça.

Se o Web Site fornece a informação fundamental sobre a empresa, os seus produtos, os seus contactos e mais alguma informação de relevo, estará a cumprir com um primeiro objectivo (Checkpoint 4).

Na essência, um Web Site é uma aplicação de software que faz parte do seu sistema de informação. Por isso, o passo seguinte será o de tentar perceber qual o nível de orquestração do seu sistema de informação. Se o Web Site está ligado ao sistema de informação interno da empresa e permite canalizar os contactos, encomendas ou outras iniciativas dos visitantes, estará a cumprir com o objectivo seguinte (Checkpoint 5).

Se o sistema de informação interno também liga os seus diferentes componentes, incluindo a ligação ao Web Site, canalizando informação interna em todos as direcções, e em direcção aos seus parceiros, cumprirá com o último dos objectivos (Checkpoint 6).

Uma palavra adicional de incentivo. Evolução. Nenhum sistema foi construído de uma vez só e nenhuma solução de elevado desempenho foi desenvolvida sem terem sido cometidos alguns erros. Faz parte de qualquer processo de aprendizagem. A verdadeira questão está em saber quando queremos começar a aprender.